Em artigo publicado nesta terça-feira (6) na Folha, o líder do MTST Guilherme Boulos (PSOL) afirma que o chefe do esquema das “rachadinhas” sempre foi o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido). A novidade agora, no entanto, de acordo com ele é o relato “direto e gravado de uma das participantes do esquema, Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada do presidente, falando sobre a rachadinha do Jair”.
Andrea é um dos 18 parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher de Bolsonaro contratados pelos gabinetes da família. Boulos lembra que “ela relata nas gravações que seu irmão André foi demitido em 2007 pelo então deputado Jair porque entregava uma parte menor do salário do que ele desejava: ‘Chega! Pode tirar ele, porque ele nunca me devolve o dinheiro certo’, teria dito o homem que, anos depois, se elegeu presidente para acabar com a ‘mamata’ e ‘mudar tudo o que está aí’".
Boulos chama a atenção para o fato que “a reportagem com as gravações de Andrea tenha sido produzida por uma jornalista mulher, Juliana Dal Piva. Já havia sido assim no caso dos disparos ilegais de mensagens na campanha presidencial, revelado pela jornalista Patrícia Campos Mello. Como todo covarde, Bolsonaro as ataca porque as teme.
O ex-candidato à presidência afirma ainda que a denúncia “torna ainda mais verossímil sua participação ou, no mínimo, cumplicidade com a quadrilha da vacina denunciada na CPI por Luis Miranda. O que estamos vendo agora em 2021 é o ‘mito’ desabar, tal qual os prédios erguidos por seus amigos milicianos. E se há algo que pode criar rachaduras na base fiel do bolsonarismo, mais do que o genocídio de 520 mil brasileiros, é a corrupção”.
Ao final, Boulos adverte o presidente da Câmara Arthur Lira (Progressistas-AL) que, segundo ele, segue “dormindo em berço esplêndido em cima dos 123 pedidos de impeachment. As denúncias se multiplicam e as ruas clamam. E agora, Lira?”, encerra.
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