Mergulhado em casos de corrupção, Bolsonaro fez 87 ataques à imprensa este ano

Presidente, que há três semanas foi integrado à lista de ‘Predadores da Liberdade de Imprensa’ da Repórteres Sem Fronteiras, junto com os filhos e membros do governo, insultaram jornalistas 331 vezes em 2021

Foto: Band/Reprodução
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O número de ataques à imprensa e a jornalistas feitos pelo presidente Jair Bolsonaro teve um aumento de 74% este ano. Só de janeiro a junho de 2021 foram 87 casos do tipo, número bem maior que os 50 registrados no segundo semestre do ano passado.

Quando são computados os ataques lançados por seus três filhos, o senador Flávio, o vereador carioca Carlos e o deputado federal Eduardo, e por outros integrantes de seu governo, como o ministro-chefe do GSI, general Augusto Heleno, o secretário Nacional de Cultura, Mário Frias, e o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, habituais ofensores dos meios de comunicação, os números são assustadores: 331 ataques em seis meses.

Onyx Lorenzoni, que ocupava até poucos dias a Secretaria-Geral da Presidência da República, e Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, são outros nomes que se destacaram no ranking de ofensas aos profissionais que trabalham cobrindo o governo extremista de Bolsonaro.

Preferencialmente o alvo do presidente da República são as mulheres. Invariavelmente ele dispara insultos, gritos e gestos intimidadores contra as repórteres que fazem qualquer questionamento que o desagrade. Não é nada incomum ele mandar, aos berros, as jornalistas calarem a boca.

A organização internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF) recentemente colocou o nome de Jair Bolsonaro numa lista chamada ‘Predadores da Liberdade de Imprensa’, composta por tiranos e déspotas de todos os tipos que ameaçam o exercício do jornalismo em seus países.

Um informe lançado há poucos dias pela RSF alerta para o fato de que os ataques feitos pelo chefe de Estado brasileiro “têm sido cada vez mais violentos e com nível de vulgaridade inimaginável”, como no caso em que ele mandou jornalistas ‘enfiarem latas de leite condensado no rabo’, após um escândalo envolvendo uma compra gigantesca, e aparentemente injustificável, do produto.

Além dos ataques feitos pessoalmente por Bolsonaro, um outro meio utilizado para hostilizar a imprensa tem sido as redes sociais. O líder ultrarreacionário usa o Facebook e suas transmissões no YouTube para agredir os meios de comunicação e o direito de informar dos jornalistas, ainda que a maior parte dos insultos e ameaças seja feita pelo Twitter, aponta o relatório da RSF.