A deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) respondeu com uma explicação inacreditável à nota de repúdio da Confederação Israelita Brasileira (Conib) emitida depois que a bolsonarista recebeu para uma visita a parlamentar alemã Beatrix von Storch, filiada à AfD, partido extremista e de cunho nazista, e neta de um dirigente do governo genocida de Adolf Hitler.
“Beatrix Von Storch, como eu, é uma defensora dos valores judaico-cristãos, e da família, e luta pela soberania de sua Pátria”, escreveu a deputada aliada de Jair Bolsonaro, num malabarismo frenético, no qual tentou atribuir à alemã simpatia pelos judeus, sendo ela integrante do partido germânico de direita mais radical que já surgiu desde a 2ª Guerra Mundial, e que evoca a “herança do nazismo”.
A AfD (Alternativa Para a Alemanha), embora seja reconhecido em todo o mundo como uma legenda fundada sobre os princípios da intolerância, do racismo, da xenofobia, do antissemitismo e que advoga um revisionismo histórico para enaltecer o regime nazista de Adolf Hitler, foi defendido por Bia Kicis em sua “nota”.
“Primeiro, é bom esclarecer que o Partido AfD, diferentemente do que aleivosamente alguns espalharam, não é um partido nazista, eis que é um partido legitimado e reconhecido na Alemanha, contando com 90 parlamentares. Obviamente, como todo grupo político, pode ter integrantes mais extremados, é preciso salientar aos mal informados, que alguns desses foram expulsos do Partido por movimento liderado por Beatrix, que faz parte da sua ala mais moderada”, explicou a deputada, contrariando tudo o que se sabe sobre a organização política alemã que é vista como uma ameaça por autoridades de seu próprio país.
A parlamentar radical do PSL ainda defendeu o Estado de Israel, assumiu-se sionista e se classificou, assim como a Beatrix von Storch, como cristã e corajosa.
“Sou apoiadora de Israel e de seu povo, sou sionista e abomino tanto o nazismo quanto qualquer ideologia que segregue, persiga e mate. Abomino também a falta de escrúpulos de quem acusa mulheres cristãs e corajosas de forma leviana, atiçando o ódio dos incautos contra nós. Qualquer discurso de ódio deve ser combatido”, finalizou Kicis, conhecida justamente por seu discurso de ódio.