O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), teria criado um esquema de "castas" para distribuir os R$ 11 bilhões do chamado "orçamento paralelo" a parlamentares alinhados com ele e com o governo Jair Bolsonaro.
Reportagem da jornalista Mariana Carneiro, na coluna da Malu Gaspar, em O Globo, revela que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) garantiu a Lira o domínio sobre um montante de R$ 11 bilhões às emendas de relator (RP9).
Essas emendas ficaram conhecidas conhecido como "orçamento secreto" por não serem de destinação pública. As emendas regulares ficam com o nome do parlamentar registrado.
A destinação das RP9 passa diretamente por Lira, que teria criado um "sistema de castas" para a distribuição. A base governista possui mais privilégios, seguida pelos partidos grandes que forem próximos de Lira, como PL e PSL. Líderes partidários também recebem recursos, mas há uma diferença na divisão de acordo com a relação que tem com o presidente da Câmara.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) protestou nas redes sociais. "BOMBA. O Globo denuncia que Arthur Lira criou um “sistema de castas” para distribuir R$ 11 bi do orçamento secreto a deputados. Os valores variam de R$ 20 mi a R$ 100 mi para os deputados mais próximos ao presidente da Câmara", escreveu.
O senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) também criticou. "NÃO É CRIAR ESQUEMA, É CRIAR CORRUPÇÃO. PRA QUEM DIZIA QUE O TOMA-LÁ-DA-CÁ IRIA ACABAR...", tuitou.