O presidente Jair Bolsonaro já disse mais de uma vez que Gustavo Montezano, presidente do BNDES, é amigo de infância de seus filhos. Segundo o mandatário, o senador Flávio Bolsonaro (Patri-RJ) foi criado junto do economista, "lá na Dona Maria, do 71".
Durante a pandemia de Covid-19, muita gente se afastou de pessoas próximas em razão do distanciamento social, mas Flávio parece que retomou velhas amizades. Nesse período ele participou de pelo menos três reuniões no BNDES, segundo consta na agenda oficial de Montezano.
Informações obtidas pelo deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) através da Lei de Acesso à Informação (LAI) mostram que Flávio bateu ponto no banco público em outubro de 2020, dezembro de 2020 e fevereiro de 2021. Uma vez a cada dois meses.
Nos registros oficiais, não consta nenhuma reunião com a presença de Flávio antes de outubro.
Francisco Maximiano
O primeiro encontro ganhou forte repercussão no fim do último mês por se tratar de uma conversa com Francismo Maximiano, dono da Precisa Medicamentos. A Precisa está envolvida na compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, que possui suspeitas de irregularidades.
Flávio chegou a admitir que conhece Maximiano por "amigos em comum de Brasília", mas negou ter "relações comerciais" com ele. O empresário já foi convocado a depor na CPI do Genocídio.
A pauta da conversa que reuniu ainda Danilo Fiori, CEO da Xis Internet Fibra, envolvia justamente o financiamento a essa empresa.
2º e 3º encontros
A segunda reunião envolvia o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário do Tesouro, Bruno Funchal.
Já o outro foi mais "familiar", com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secom.
As três reuniões não foram gravadas e não houve ata. Valente tinha pedido esses registros com base na LAI.