A bancada do PSOL na Câmara de Vereadores de São Paulo acionou Ministério Público nesta sexta-feira (15) contra o vereador Arnaldo Faria de Sá (Progressistas). O parlamentar proferiu declaração racista ao classificar o ex-prefeito Celso Pitta como "negro de alma branca".
"Eu me preocupei com um negro, que era o Pitta, o prefeito da capital, que estava escorraçado, estava sendo atacado, vilipendiado. Derrotei o impeachment, ele levou seu mandato até o final. Eu tava preocupado com um negro de verdade, negro de alma branca como as pessoas costumam dizer, não podemos ter essa preocupação de não estar preocupado com todos", disse Faria de Sá na última terça-feira.
A declaração veio após a vereadora Elaine Mineiro, da Mandata Quilombo Periférico, classificar projeto urbanístico da Prefeitura como racista e gentrificador.
"O vereador usou de expressão que inquestionavelmente prega uma condição de inferioridade à referida população. A expressão 'negro de alma branca', a pretexto de elogiar uma pessoa específica, na verdade afirma a sua inferioridade racial, a qual se compensaria por sua alma branca", afirma a denúncia do PSOL. "O vereador desprezou a ideia de que o Brasil rege-se pelo princípio de repúdio ao racismo", completa.
Partido aponta ainda que deputado "trouxe tal ideia justamente para se contrapor à denúncia feita pela bancada quanto ao caráter racista e higienista dos projetos". "Desse modo, vereador acabou por agir de modo a reafirmar posição de superioridade branca para desprezar colocações que põem em questão a estrutura racista brasileira", destacam.
A representação foi entregue ao Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância do MP. Além do Quilombo Periférico, assinam: Luana Alves, Erika Hilton, Bancada Feminista do PSOL, Professor Toninho Vespoli e Celso Giannazi.