O deputado federal Paulo Pimenta (PT), membro titular da comissão do voto impresso, anunciou na tarde desta sexta-feira (16) que parlamentares da bancada da oposição ao presidente Jair Bolsonaro pretendem retomar a votação da PEC 135/19. A sessão foi encerrada unilateralmente pelo deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-SP) para impedir uma derrota da proposta.
"O que aconteceu aqui hoje é um ensaio do que os bolsonaristas querem fazer com o pais. Afinal, diante de uma situação em que eles seriam derrotados no voto, eles impediram que a reunião acontecesse. Havia uma grande maioria para derrotar o relatório", disse Pimenta, que classificou a manobra como golpe.
O parlamentar apontou que "é isso que querem fazer com as eleições de 2022". "Querem criar uma narrativa que fragilize, coloque em dúvida o sistema eleitoral para que, diante da possibilidade de derrota, possam fazer no país o que fizeram aqui hoje", apontou.
"Eles não querem votar porque sabem que o voto impresso vai ser derrotado. Para eles é importante que o projeto exista e nunca seja votado para criar uma narrativa. Por isso é importante que essa votação ocorra e que esse assunto seja resolvido antes do processo eleitoral", completou.
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) disse que a oposição vai fazer uma nova "autoconvocação" da comissão do voto impresso nesta sexta-feira (16) ou na segunda-feira (19). O parlamentar chegou a assumir a presidência da comissão do voto impresso em razão do "golpe" de Martins.
Chinaglia denunciou uma “absoluta desonestidade” do presidente da comissão, que manteve apenas o microfone do relator aberto durante boa parte da sessão. Além disso, bolsonaristas teriam encenado uma queda na conexão e Martins fingia não ouvir os demais parlamentares que esbravejavam contra as manobras.
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