O deputado federal Paulo Eduardo Martins (PSC-SP), presidente da comissão do voto impresso na Câmara, divulgou uma nota nesta sexta-feira (16) afirmando que houve um "acordo" pela remarcação da sessão que votará o relatório do deputado bolsonarista Filipe Barros (PSL-PR) sobre a PEC 135/19. O comentário irritou o PSOL.
"Em acordo com os membros da Comissão da PEC 135, tanto de oposição quanto de situação, firmamos que votaremos o parecer no dia 05/08, impreterivelmente. É o meu compromisso", afirmou em publicação no Twitter.
A mensagem incomodou a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), que reagiu: "O PSOL não deu acordo para o descumprimento do regimento". Isso fez com que ele retificasse.
"A afirmação é totalmente falsa e, sinceramente, considero uma molecagem. Não houve nenhum acordo. O PSOL jamais acordaria com uma manobra tão absurda e iremos nos opor frontalmente a este tipo de manobras que já se tornaram corriqueiras na base de um governo autoritário e negacionista", disse Melchionna em nota enviada à imprensa.
A parlamentar do PSOL e outros se levantaram contra o encerramento abrupto da comissão do voto impresso e classificaram como "golpe". Por isso, o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) chegou a assumir provisoriamente a comissão para denunciar a manobra. "Foi uma aberração a atitude do presidente eleito da comissão [...] É de se lamentar que a Câmara tenha sido vítima de um bando”, declarou o parlamentar.
Oposicionistas chegaram a articular uma retomada da sessão na sexta-feira ou na segunda-feira, através de uma autoconvocação feita pelos membros da comissão, mas isso parece que não foi possível. Chinaglia, por fim, escreveu o seguinte no Twitter: "no dia 5/8 serão derrotados".