Arthur Lira Filho, que como o nome indica é filho do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é dono de uma empresa de representação de veículos publicitários que prestam serviço para órgãos públicos do governo do presiedente Jair Bolsonaro (Sem Partido) e recebem milhões através dos contratos. A empresa se chama Mídia Nova Representações.
A sócia de Arthur Lira Filho no negócio é Malu Cavalcante, filha de Luciano Cavalcante, braço direito, secretário parlamentar e coordenador de campanha do seu pai. Com pouca experiência na área e na faixa dos 20 anos, Arthur Filho e Malu recebem comissão de cerca de 7% a 15% do valor do contrato entre a agência e o veículo que representam.
De acordo com reportagem do Congresso em Foco, outras empresas agenciadas por Malu e Arthur Filho foram contratadas como fornecedoras em publicidade pela Caixa: a Akee Mídia em janeiro deste ano e a Agência Musik'a entre dezembro e fevereiro.
A Mídia Nova Representações não tem sede, site ou mesmo e-mail oficiais. O endereço que consta no registro de CNPJ é de um apartamento residencial da Asa Norte, em Brasília - onde Malu mora com os pais.
Malu era recém-formada em Direito e Arthur Filho estava estagiando em um restaurante em Brasília quando criaram a empresa. Segundo pessoas que atuam no mercado de publicidade em Brasília, Arthur é visto frequentemente em agências que possuem contratos milionários com o governo, como a Calia e a Propeg.
“Desde que Arthur Lira virou presidente, a empresa [do filho] passou a vender mais”, disse um dos interlocutores, que participou de uma negociação com a agência de Arthur Filho. Os envolvidos negam irregularidades e dizem que a atuação é condizente com a praticada no mercado.
Oficialmente, a carteira de clientes da Mídia Nova Representações tem nove empresas agenciadas – em sua maioria, pequenos negócios que buscam interlocução para obter contratos com agências que ganharam licitações do governo.
Não há registro da Mídia Nova Representações nos portais de transparência do governo, uma vez que só são publicados os dados das agências de publicidade detentoras do contrato principal. Os serviços de representação são subcontratados e, portanto, não entram nas prestações de contas dos órgãos públicos.
Veja a reportagem completa no Congresso em Foco