O comando da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag) será todo trocado pelo chanceler Carlos França. A dança das cadeiras já começou pelo presidente da instituição. A embaixadora Márcia Loureiro, do consulado do Brasil em Los Angeles, assumiu na última sexta-feira (9) no lugar de Roberto Goidanich.
A Funag é o braço de estudos e debates do Itamaraty que, segundo colegas e críticos do governo, acabou se transformando em reduto de olavistas e influenciadores digitais de extrema direita durante a pandemia de coronavírus.
O atual presidente da fundação foi colocado no cargo pelo ex-chanceler Ernesto Araújo, que pediu demissão em março e sua presença no cargo ficou insustentável, de acordo com fonte do governo.
Já Márcia Loureiro foi assessora internacional do Ministério da Justiça, na gestão de Alexandre de Moraes, hoje no Supremo Tribunal Federal (STF). É tida por pessoas com as quais trabalhou como "uma colega séria e respeitada".
De acordo com outro integrante do governo ouvido pelo GLOBO, França quer que a Funag volte a ser um fórum de debate de diplomatas.
Na gestão de Ernesto Araújo, a Funag deu espaço a blogueiros, militantes e colunistas a favor do governo federal, acusados de promover ideias anticientíficas e de teor doutrinário e ideológico em seminários.
A troca de comando na Funag é, enfim, mais um movimento de Carlos França no sentido de marcar diferenças em relação ao seu antecessor.
Em uma audiência na Câmara, França disse que Filipe Martins, assessor internacional do Planalto e expoente do olavismo no governo, é subordinado ao almirante Flavio Rocha, secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência. Com isso, deixou claro aos parlamentares que Martins não tem mais a mesma influência de antes sobre o Itamaraty.
Com informações do Globo