Lira diz que "não tem compromisso com ruptura política" e é cobrado por impeachment

Nova declaração do presidente da Câmara vem na esteira das ameaças de Bolsonaro às eleições e nota dos militares contra a CPI do Genocídio

Jair Bolsonaro e Arthur Lira (Foto: Redes sociais)Créditos: Reprodução/Instagram
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), divulgou na noite desta segunda-feira (12) uma nota em que afirma não ter "compromisso com ruptura política".

A nova declaração de Lira vem em meio às ameaças que Jair Bolsonaro tem feito à realização das eleições de 2022 e também na esteira de nota divulgada pela cúpula militar contra a CPI do Genocídio.

"A Câmara dos Deputados não tem compromisso algum com qualquer tipo de ruptura política, institucional e democrática", escreveu o parlamentar, adicionando ainda que a casa legislativa "tem compromisso com a governabilidade".

No espaço de comentários da publicação de Lira nas redes sociais, internautas o cobraram sobre a abertura de um dos mais de 120 pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro já protocolados na Câmara.

Confira.

"Oportunismo"

No sábado (10), Lira havia feito uma postagem no Twitter onde defende a democracia e insinua, sem citar nomes, que declarações públicas de militares contra a democracia foram “OPORTUNISMO”, em caixa alta.

De acordo com o deputado, “nossas instituições são fortalezas que não se abalarão com declarações públicas e OPORTUNISMO. Enfrentamos o pior desafio da história com milhares de mortes, milhões de desempregados e muito trabalho a ser feito”.

“Em uma hora tão dura como a que vivemos hoje, saibamos todos que o Brasil sempre será maior do que qualquer disputa política. Tenhamos todos, como membros dos poderes republicanos, responsabilidade e serenidade para não causar mais dor e sofrimento aos brasileiros”, afirmou.

Forças Armadas

No mesmo dia, em entrevista à CNN Brasil, o presidente da Câmara disse que o Comando das Forças Armadas “não tem que ficar exprimindo sentimentos políticos”, e afirmou que o governo Jair Bolsonaro deve se manter sob seus limites constitucionais.

“Estamos em uma obstinação de emissão de opiniões que acirram os ânimos. Cabe ao Executivo se manter no óbice e nos limites dele e as Forças Armadas da mesma forma. Nenhum ministro, principalmente [os comandantes de] Exército, Marinha e Aeronáutica, tem que ficar exprimindo sentimentos políticos com relação a esse ou aquele posicionamento”, declarou.

“Quero dar conforto ao povo brasileiro. A Câmara está atenta a qualquer tipo de insurgência contra as instituições, contra a atuação das liberdades, contra os princípios constitucionais de separação de Poderes. A institucionalidade do Brasil não pode e não será posta em risco”, completou.

Lira ainda criticou as “picuinhas de Poderes em Brasília”, voltou a falar em “oportunismos” e pregou que “cada Poder saiba se conter nos limites constitucionais”.