O relator da CPI do Genocídio, senador Renan Calheiros (MDB-AL), foi às redes sociais na tarde desta quinta-feira (1), enquanto ocorria o depoimento de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, para minimizar a suposta tentativa do governo Bolsonaro de tumultuar e confundir as investigações.
Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, havia denunciado que, durante tratativas para vender ao governo Bolsonaro 400 milhões de doses da vacina Oxford/Astrazeneca, em jantar realizado em fevereiro deste ano, recebeu do ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, um pedido de propina que consistiria em adicionar 1 dólar por cada dose vendida.
À CPI, no entanto, Pereira apresentou também um áudio editado e fora de contexto em que tentava envolver o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) na negociação de vacinas. Miranda foi quem denunciou esquema de corrupção em outra negociata: a compra com indícios de irregularidades e superfaturamento da vacina indiana Covaxin.
Senadores tem suspeitado que Pereira é um "cavalo de Troia" plantado pelo governo para descredibilizar a denúncia de Miranda e confundir a comissão.
"Fake news é desinformação. Nenhuma plantação desfaz, anula o que já se provou sobre o escândalo Covaxin/Precisa com todas as digitais inapagáveis do governo, do alicerce ao acabamento", escreveu Renan Calheiros.
"Aliás, quando o presidente Bolsonaro irá desmentir o envolvimento do seu líder?", completou o senador, fazendo referência ao líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), apontado como o elo entre o Planalto a suposta negociação fraudulenta para a compra da Covaxin.
O fato de Dominguetti Pereira, supostamente, ter apresentado um áudio editado e prestado falso testemunho à CPI fez com que senadores pedissem sua prisão, o que foi negado pelo presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM).