O tiro saiu pela culatra. Esta foi a expressão mais usada nas redes sociais para se referir à tentativa de golpe que a base governista tentou dar na CPI do Genocídio, nesta quinta-feira (1º), ao levar Luiz Paulo Dominguetti Pereira para depor.
Na ocasião, Dominghetti divulgou um áudio atribuído ao deputado Luis Miranda (DEM-DF) pelo depoente, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply. O presidente da CPI do Genocídio, Omar Aziz (PSD-AM) levantou suspeitas sobre as “intenções” do cabo da PM de Minas Gerais, que estaria infiltrado por governistas.
O representante da empresa Davati Medical Supply no Brasil, o empresário Cristiano Alberto Carvalho negou que o áudio do deputado Luis Miranda (DEM-DF) recebido por ele e divulgado na CPI por Luiz Paulo Dominguetti tratasse da negociação de vacinas. Para o empresário, Dominguetti “quer aparecer”.
Ao O Globo o empresário afirmou que recebeu o áudio não diretamente de Luis Miranda, mas de outra pessoa e que não se refere a vacinas. De acordo com o depoimento, o áudio se refere a negócios nos EUA e que “não tem nada a ver uma coisa com a outra”.
Além disso, o próprio Luis Miranda afirmou se tratar de um áudio de 2020, onde ele negociava venda de luvas.
O deputado federal Orlando Silva Jr. (PCdoB-SP) tuitou: “GOVERNISTAS PEGOS NA MENTIRA! O áudio plantado foi desmoralizado pelo deputado Luís Miranda. O áudio era de 2020, não tratava de vacinas e foi editado. Serviu para gerar falsas versões para o gabinete do ódio. Esse depoente pode acabar preso. Chapéu de otário é marreta!”
O próprio senador governista Jorginho Mello (PL-SC) aconselhou Dominghetti durante o depoimento a retificar qualquer coisa que tenha dito na CPI que possa vir a ser um equívoco.
Dominghetti é cabo da ativa da Polícia Militar de Minas Gerais. Já trabalhou no gabinete militar do governador Romeu Zema. Em seu perfil do Facebook ele tem foto apoiando o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido).