Em entrevista ao site Congresso em Foco publicada nesta quarta-feira (30), o líder do PSD na Câmara, deputado Fábio Trad (MS), pediu para que o presidente de seu partido, Gilberto Kassab, retire a legenda da base de apoio de Jair Bolsonaro.
No domingo (28), em entrevista, Kassab havia feito essa sinalização ao comentar as denúncias de corrupção na compra de lotes da vacina Covaxin, que teriam sido ignoradas por Bolsonaro. “É um caso que precisa ser apurado. A denúncia é muito grave e a CPI não pode se omitir”, disse o ex-prefeito de São Paulo, que preside um dos partido mais influentes do Cogresso, com 35 deputados na Câmara e 11 senadores.
Trad, por sua vez, comemorou: "Feliz demais com a declaração do Presidente do PSD que prenuncia saída da tal base de Bolsonaro. Desde 2019, venho criticando a postura adesista do partido a um projeto antidemocrático de poder. Espero que o PSD saia logo, se possível ontem".
Atualmente, o PSD tem Fábio Faria no governo Bolsonaro como ministro das Comunicações. O apoio de congressistas do partido ao governo, segundo Trad, no entanto, vem se esvaziando. "Eu já fui mais minoria dentro do PSD. Essa minoria está crescendo (...) A centro-esquerda já está nas mobilizações. O centro, a centro-direita, a direita lavajatista e a direita do Novo também podem aderir aos protestos, pelo discurso anticorrupção", disse.
O líder do PSD sinalizou, ainda, que parlamentares do centrão também já estariam começando a abandonar o apoio ao governo. “Nos grupos de parlamentares de esquerda e centro-esquerda há um clima de euforia com as denúncias. Nos grupos do Centrão, todos fazem de cara de paisagem”, adicionando que, em sua avaliação, atualmente a CPI do Genocídio "está mais forte que o centrão".
Em maio, o cacique do PSD, Gilberto Kassab, se reuniu com Lula em Brasília e ambos vêm ensaiando uma aproximação que poderia resultar em um apoio no segundo turno das eleições de 2022. A legenda do ex-prefeito de São Paulo pretende lançar para a presidência da República o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que se filiaria ao PSD.