Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, disse ontem (26) ao jornal Valor Econômico que as denúncias de corrupção na compra de lotes da vacina Covaxin, que teriam sido ignoradas por Bolsonaro, acarretam em grande desgaste para o presidente, num sinal que foi interpretado como um possível desembarque de seu partido da coalizão que dá sustentação ao governo no Congresso.
“É um caso que precisa ser apurado. A denúncia é muito grave e a CPI não pode se omitir”, disse o ex-prefeito de São Paulo, que lidera uma bancada com 35 deputados na Câmara Federal e 11 senadores.
Dois senadores de peso do partido na CPI do Genocídio, Omar Aziz, presidente da comissão, e Otto Alencar, membro do colegiado, teriam adotado postura semelhante, colocando em xeque o alinhamento com o Planalto após as graves denúncias contra Jair Bolsonaro. “O governo teve na última semana um desgaste muito grande. Vai precisar se posicionar”, salientou Kassab.
O cacique político paulista retomou críticas à condução dada à pandemia pela gestão atual, embora oficialmente siga com o apoio da legenda às votações do governo no Congresso. Pelo menos foi o que garantiu Kassab, ao afirmar que para o ano que vem a intenção do partido é lançar candidatura própria. O escolhido seria Rodrigo Pacheco (DEM), atual presidente do Senado, que já recebeu uma proposta de filiação ao PSD para disputar o pleito de 2022.
“Tenho dito sempre que a postura das pessoas que estão no governo na pandemia é equivocada, por não defender medidas como o uso de máscara e toda a demora na questão das vacinas. O PSD continua com sua postura. Somos independentes. Teremos candidatura própria. No meu horizonte está a candidatura a presidente de Rodrigo Pacheco. Ele saberá a importância de disponibilizar seu nome e tem o perfil pacificador que o país precisará”, finalizou.