Ricardo Salles decidiu deixar o Ministério do Meio Ambiente quando soube, na terça-feira passada, 22, que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes pediria sua prisão, informa reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
Salles teria sido informado por um colega e viu que sua permanência no governo era insustentável.
O ex-ministro teria conversado com o presidente Jair Bolsonaro, na quarta-feira, 23. Na ocasião, Bolsonaro teria pedido que ele ficasse e enfrentasse o Supremo.
Salles teria respondido que, além de levar a crise para o centro do governo, temia pela segurança da mãe, também investigada.
Histórico do caso
A Polícia Federal apura operações financeiras de Salles, tendo como base o escritório de advocacia do qual ele é sócio com a mãe, em São Paulo. O histórico de suspeitas de corrupção de Salles é vasto e Fórum organizou tudo nesta matéria.
Uma das evidências recentes do rápido enriquecimento do ex-ministro foi a compra de uma mansão numa das ruas mais caras e arborizadas de São Paulo (SP).
Trata-se de um imóvel de dois andares na rua Honduras, no Jardim América, Zona Oeste da capital paulista, próximo ao Club Athletico Paulistano, frequentado pela elite da cidade. Na região, o preço das casas gira em torno de R$15 milhões.
Ao pedir demissão, Salles deixa de ter foro privilegiado e o seu processo sairia do Supremo e passaria a correr em primeira instância.
O ministro Alexandre de Moraes, porém, analisa se existe mais algum investigado com prerrogativa de foro para manter o caso sob sua relatoria.
Mas a tendência é a investigação ser enviada para a Justiça Federal do Distrito Federal ou do Amazonas.
Na sexta-feira (25/6) a ministra Cármen Lúcia, relatora de outro inquérito contra o ex-ministro, determinou que Salles entregue seu passaporte à Polícia Federal