Circula nas redes vídeo do momento da prisão de Felipe Cesário, no último sábado (1º), dentro de seu apartamento, em Belo Horizonte. Os policiais entraram no local de maneira arbitrária, sem mandado e o acusaram de ter atirado ovos contra manifestantes bolsonaristas que pediam, entre outras coisas, o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF).
Policiais militares entraram no prédio baseados em depoimetos de testemunhas, subiram o elevador, tocaram a campainha do apartamento e prenderam Cesário “em flagrante” dentro de sua residência. A acusação foi feita pelo deputado estadual Barthô (Novo-MG), que acompanhou a ação.
Direitos Humanos
O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) protocolou, nesta segunda-feira (3), um requerimento na Comissão de Direitos Humanos e Minorias na Câmara dos Deputados para que o órgão colegiado convoque uma audiência pública sobre o fato.
Para Rogério Correia, a prisão do analista de sistemas foi “arbitrária”, visto que não há imagens que comprovem que ele atirou ovos contra os manifestantes e os policiais se basearam apenas em relatos. “A arbitrariedade desta prisão é típica dos regimes ditatoriais, uma vez que os policiais não tinham mandato e sequer provas substanciais para acusar Felipe”, afirmou o petista.
Além do requerimento na Câmara, Correia encaminhou à Corregedoria da Polícia Militar, Ministério Público de Minas Gerais e demais autoridades encarregadas pela Segurança Pública no Estado de Minas Gerais um ofício em que cobra esclarecimentos sobre a prisão.
“Felipe e sua namorada Andrea inocentemente abriram a porta e foram surpreendidos com a presença exaltada e desrespeitosa dos policiais e do parlamentar, que entraram em sua casa. Foram extensivamente caluniados e tiveram seu recinto familiar violado e filmado pela pessoa que acompanhava o parlamentar. Felipe foi algemado a força e conduzido em camburão até a delegacia”, diz o petista em um trecho do ofício.
Sete horas detido
O rapaz, após a prisão, prestou depoimento Central de Flagrantes 2, no bairro Floresta, na Região Leste de Belo Horizonte, e foi liberado após mais de sete horas. Ele responderá pelos crimes de arremesso de objeto ou colocação perigosa, injúria e ameaças.
“Eu não arremessei nenhum objeto. Fui até a janela e vi a manifestação. Vi que muita gente olhava para o alto e apontava para mim. Eu gritei 'fora, Bolsonaro'. Pouco tempo depois, minha campainha tocou (…) Eu estou com medo. Medo por mim e por minha família. Foi um abuso de autoridade. Um desrespeito ao meu direito. Isso parece uma ditadura”, disse Cesário em entrevista após deixar a delegacia.
Em nota, a PM de BH informou que “por intermédio do Comando de Policiamento da Capital, esclarece que foi instaurado um procedimento administrativo para verificar às circunstâncias que ensejaram a prisão em questão”.
Confira a íntegra dos requerimentos protocolados por Correia sobre a prisão de Cesário aqui e aqui.