O líder do governo Ricardo Barros (PP-PR) defendeu “imunidade de rebanho por transmissão”, durante debate realizado em 28 de outubro do ano passado em uma comissão da Câmara. Barros, que foi ministro da Saúde do governo de Michel Temer, afirmou na ocasião que, apesar de não ser profissional de medicina, entende que os problemas oriundos do isolamento são maiores do que os causados pela doença, por isso resolveu sugerir o debate.
Dos médicos convocados para a reunião, três eram a favor da imunidade de rebanho. Alguns deles, inclusive, são apontados como integrantes do Ministério Paralelo da Saúde. Entre eles estavam a médica oncologista e imunologista Nise Yamaguchi, o infectologista Paolo Zanotto e o pediatra e toxicologista Anthony Wong, que morreu em janeiro após parada cardiorrespiratória.
O médico sanitarista Alexandre Chieppe foi o único contraponto na discussão ao dizer que ainda não dá para se saber quando se chegaria à imunidade de rebanho. "Os estudos falam de 25% a 80% da população", advertiu.
"É muito perigoso partir da discussão sobre flexibilização partindo do tema imunidade de rebanho."
Na época da reunião, o Brasil tinha chegado a 158.456 vítimas da covid-19. Hoje, o país já ultrapassou 462 mil.
Ofertas de vacinas
De acordo com depoimento do presidente da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, à CPI do Genocídio, a primeira oferta da vacina para o governo brasileiro foi realizada em 14 de agosto. Já Dimas Covas, o presidente do Instituto Butantan, afirmou que fez a sua primeira oferta da vacina no dia 7 de outubro.
O encontro, portanto, foi realizado após as duas ofertas.