O líder do PT na Câmara, deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS), afirmou em entrevista à Fórum, nesta sexta-feira (28), que vê as últimas declarações do presidente Jair Bolsonaro, ameaçando senadores da CPI da Covid-19 e Forças Armadas, como um sintoma da queda de popularidade do governo. Para o deputado, Bolsonaro está "cada vez mais acuado".
"Bolsonaro está cada vez mais acuado, porque ele está perdendo forças. Ele se elegeu com um discurso e nós sabíamos que esse era um discurso fake, porque ele só se elegeu mentindo", disse Bohn Gass.
Durante viagem a São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, nesta quinta-feira (27), o presidente mandou recado aos militares. “Vocês é que decidem, em qualquer país do mundo, como aquele povo vai viver. Tenho certeza de que vocês agirão dentro das quatro linhas da Constituição se necessário for. Espero que não seja necessário, que a gente parta para a normalidade. Mas estamos longe dela ainda”, disse Bolsonaro.
Mais tarde, em sua live semanal, Bolsonaro promoveu um festival de informações falsas ou distorcidas para provocar os senadores da CPI. A transmissão foi a primeira depois que pesquisa do instituto PoderData mostrou que os índices de aprovação e avaliação do governo chegaram ao pior patamar desde o início do governo.
"Ele perdeu apoio, as pesquisas mostram a sua queda. [...] Frente a isso ele também tem que dar sinais, tem que alimentar a base dele, que é realmente uma direita extrema, negacionista, que saiu do armário. Hoje, isso passa em enfraquecer as instituições, [...] e ao mesmo tempo, fazer uma permanente chantagem de ameaça de violência", afirmou o líder do PT na Câmara.
Bohn Gass acredita que é possível levar adiante o processo de impeachment contra Bolsonaro. Ele defende a união de todos os partidos de oposição para criar um "superpedido" de impedimento do presidente e avalia que, com as provas levantadas pela CPI da Covid-19 e pressão social, será possível avançar.
"Crimes é que não faltam. A Câmara precisa cumprir o seu papel. Quando a gente fala da necessidade do impeachment, não estamos fazendo uma condenação prévia, nós queremos que haja abertura do processo", explicou o deputado.
"Temos um orçamento paralelo, temos um ministério paralelo, temos uma comunicação paralela e temos uma milícia na política. Isso é um submundo na política. Ele se caracteriza por ações do submundo e paralelismo para poder impor a sua norma, porque se for para fazer de forma transparente e republicana não seria aceito na sociedade", completou.
Confira a entrevista completa: