A jornalista Carla Bridi, da rede CNN Brasil, fez um relato em suas redes sociais neste domingo (2) sobre ameaças sofridas por ela e outros repórteres que cobriam a coletiva de imprensa convocada pelo presidente Jair Bolsonaro para tratar sobre as negociações com a Rússia sobre a liberação de um brasileiro preso no país.
Durante a coletiva, Bolsonaro disse que trataria de um tema único: a liberação de Robson Nascimento de Oliveira, ex-motorista do meia Fernando, que foi detido pelas autoridades russas por usar medicamento tarja preta que não era permitido no país.
O mandatário relatou que conversou com o embaixador da Rússia, mas só trouxe esse assunto à tona. Jornalistas, então, questionaram se eles não trataram sobre a vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Centro Gamaleya. De forma agressiva, ele se negou a falar e encerrou a entrevista.
"Após o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro à imprensa - que falou de tratativas com a Rússia sobre a liberação de um brasileiro preso no país, mas sem uma palavra sobre vacinas - começou a hostilização contra a imprensa", disse Bridi em seu perfil no Twitter.
"Ao entrarmos no carro da emissora para tentar seguir o comboio presidencial, gritaria - segurança sem máscara começou a nos ameaçar, colocou a mão em cima da arma. Dois colegas de outros veículos foram ameaçados por outro segurança - esse de fato tirou a arma do cinto", afirmou.
Confira o relato da jornalista, feito no Twitter:
"Após o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro à imprensa - que falou de tratativas com a Rússia sobre a liberação de um brasileiro preso no país, mas sem uma palavra sobre vacinas - começou a hostilização contra a imprensa.
Ao entrarmos no carro da emissora para tentar seguir o comboio presidencial, gritaria - segurança sem máscara começou a nos ameaçar, colocou a mão em cima da arma. Dois colegas de outros veículos foram ameaçados por outro segurança - esse de fato tirou a arma do cinto
No fim, nem dentro do carro podíamos ficar esperando o comboio sair. Tivemos que voltar para a sala de imprensa. Quando saio do carro, segurança disse que iria anotar os nomes de todo mundo e perguntou o meu. Falei que não iria passar nome nenhum.
Por fim, um dos apoiadores usou os piores palavrões pra se dirigir à imprensa. E ele estava longe de nós. Quando passou por nós, nem olhou na cara. Tava acompanhado da filha, uma criança que aparentava ter 8 anos. Que tipo de educação vai passar pra essa menina, só Deus sabe.
Em resumo, hostilização por parte de seguranças e apoiadores do Presidente, em pleno domingo de plantão. No fim, um outro segurança foi chamar atenção do apoiador que nos xingou. E pediu pra que não fizéssemos matérias sobre a confusão. Em troca, não iria anotar nossos nomes."