O vice-presidente da CPI do Genocídio, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), enquadrou o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, durante depoimento nesta terça-feira (18), na comissão do Senado.
Randolfe questionou se Araújo fez qualquer tipo de contato com o governo da Venezuela, no sentido de obter a doação de oxigênio durante a crise de Manaus (AM). O ex-ministro afirmou que não conversou com ninguém do governo de Nicolás Maduro e confirmou que se tratou de um oferecimento venezuelano.
Raldolfe insistiu: “O senhor ligou para alguém da Venezuela? O senhor agradeceu ao governo da Venezuela?”. Diante das negativas de Araújo, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) demonstrou indignação com o ex-chanceler.
“O senhor não permitiu que um voo viesse da Venezuela trazer o oxigênio, que em uma hora ia e volta. O oxigênio teve de vir por estrada. Durante o tempo que demorou o transporte muita gente morreu. Se o senhor tivesse agido, muitas mortes teriam sido evitadas. O Ministério das Relações Exteriores não fez contato com o governo da Venezuela por questões ideológicas”, disse Aziz, enquanto Araújo parecia não saber o que dizer.
Ameaças
O senador Randolfe revelou, ainda, que integrantes da comissão estão sofrendo ameaças por intermédio de comunicações pessoais enviadas por aplicativos de mensagens.
Ele informou que vai informar as ocorrências à Polícia Federal (PF), ainda nesta terça (18), para que o caso seja investigado.
Randolfe não citou, porém, os senadores de oposição seriam os alvos das ameaças.