Em questionamento feito ao diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) citou ataques do presidente Jair Bolsonaro à China ao longo da pandemia e perguntou se a vacina russa Sputnik V estaria sofrendo "dos mesmos preconceitos".
No início de seu questionamento sobre o imunizante, o senador citou pesquisas positivas em relação à Sputnik V, apresentando dados que a equipara com as vacinas da Pfizer e Moderna. Na sequência, ele citou ataques de Bolsonaro à China, nos quais o presidente acusa o país asiático de ser o responsável pela "criação" da Covid-19.
"A Sputnik V sofre desse preconceito? Este governo tem dito que quer acabar com o marxismo cultural. Olavo de Carvalho, o presidente, disse em diversos momentos que veio aqui para destruir. A Rússia é uma República comunista, a China uma República comunista. Esse tipo de preconceito que está impedindo a gente de ter no território brasileiro 66 milhões de doses que valem a 200% de todos que receberam primeira e segunda dose [da vacina] no Brasil?", questionou Carvalho.
"Faço um apelo a vossa excelência. O que pode ser feito para a gente sanar e trazer todos esses estudos sobre a Sputnik, para termos 66 milhões de doses e salvarmos vidas?", completou o senador.
Ao comentar esse último questionamento, Barra Torres disse que a resposta depende dos desenvolvedores do imunizante russo. "O que pode ser feito sobre a Sputnik? Eu espero que essa pergunta esteja na mente dos que têm as respostas aos questionamentos que apontamos e que mandem para nós, o quanto antes", disse.
Acompanhe ao vivo o depoimento de Antonio Barra Torres na CPI da Covid-19: