O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), se apresentou nesta quarta-feira (7) ao Tribunal Especial Misto formado pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) e pela Assembleia Legislativa (Alerj) para avaliar seu processo de impeachment. Witzel se defendeu das acusações e pediu para ser julgado nas urnas em 2022.
"Se esse processo de impeachment se concluir com a cassação do meu mandato, nós estaremos abrindo um grave precedente nos história do nosso país", disse o governador, logo antes de comparar o seu processo com o do ex-presidente Fernando Collor e com o da ex-presidenta Dilma Rousseff.
"Deixa o povo me julgar. Em 2022 nós vamos ter eleição. Eu não tô vendo nas ruas movimento 'Fora, Witzel'. Muito pelo contrário, eu não tenho vergonha de ir à feira, ao supermercado", completou, logo após citar um discurso feito por Collor durante a apreciação do impeachment de Dilma.
Ele ainda voltou a chorar em depoimento: "não deixei a magistratura para ser ladrão". O processo de impeachment está relacionado ao desvio de recursos que deveriam ser aplicados no combate à pandemia de Covid-19.
As sessões do Tribunal Misto estavam suspensas desde o dia 28 de dezembro pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado atendeu a defesa de Witzel e determinou que o interrogatório do governador só poderia ocorrer depois que os advogados tivessem acesso a todos os documentos remetidos pelo Superior do Tribunal de Justiça (STJ) relativos ao governador, o que incluía a delação premiada do ex-secretário Edmar Santos.
O tribunal é formado pelos desembargadores Teresa Castro Neves, Maria da Glória Bandeira de Mello, Inês da Trindade, José Carlos Maldonado e Fernando Foch e pelos deputados estaduais Alexandre Freitas (Novo), Chico Machado (PSD), Waldeck Carneiro (PT), relator do processo, Dani Monteiro (PSOL) e Carlos Macedo (REP).
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