Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), disse não temer a escolha de Jair Bolsonaro para a vaga de Marco Aurélio Mello, que se aposenta da Corte este ano. Na avaliação do magistrado, é preciso “apostar em uma certa inteligência institucional”, que vai além dos governantes e suas indicações.
Em entrevista ao Brasil 247, Mendes afirmou ser difícil substituir os ministros Celso de Mello, sucedido por Kassio Nunes Marques, por indicação de Bolsonaro, e Marco Aurélio Mello, que se aposenta em 2021 e também terá seu sucessor nomeado pelo atual presidente.
“É claro que preocupa, mas torço por uma boa substituição. Muitas das intencionalidades, em termos de atos governamentais, surpreendem, às vezes para o bem, às vezes para o mal”, argumentou.
Lula
Para corroborar sua tese, o ministro mencionou o caso do julgamento do habeas corpus preventivo de Lula, em 2018, no plenário do STF, que terminou 6 a 5 contra o ex-presidente.
Ele lembra que dos votos favoráveis a Lula, a maioria foi dado por ministros que não foram indicados pelo PT. Em contrapartida, dos seis que optaram pela prisão de Lula, quatro foram indicados pelo PT.