Um grupo de 11 bolsonaristas estão sendo investigados pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), da Polícia Civil, por liderarem protestos que travaram a Rodovia Castelo Branco e a Marginal Tietê no dia 1º de fevereiro. Além disso, eles estariam por trás das ameaças contra João Doria (PSDB) e incitar atos em frente à casa do governador paulista.
Nesta segunda-feira (5), policiais cumpriram 21 mandados de busca e apreensã em mansões nas cidades de Cotia e Barueri, na Grande São Paulo, e apreenderam carros de luxo - uma picape Volkswagen Amarok, uma Hilux SRV, uma Ford Ranger e um Honda Civic - e pistolas de pressão.
O grupo, que faz parte do movimento Fora Doria, teria provocado um locaute, incitando motoristas a fazerem paralisações nas rodovias do estado contra as medidas de isolamento para conter a propagação do coronavírus.
Nos carros apreendidos haviam adesivos de Fora Doria e da Aliança Pelo Brasil, além da hashtag #fechadocomBolsonaro, usada pelos grupos de apoio ao presidente nas redes.
“Pessoas que estavam liderando esse movimento estão sendo investigadas por associação criminosa para prática de delitos como paralisação do trabalho, dano material, lesão corporal e ameaça", afirmou Fabiano Barbeiro, delegado do Deic.
A Polícia Civil de São Paulo já instaurou pelo menos 23 inquéritos para apurar ameaças, algumas delas de morte, recebidas pelo governador João Doria (PSDB) em decorrência das ações adotadas para o enfrentamento da pandemia.
Em pelo menos três desses inquéritos, são apuradas as ligações entre autores de ameaças e integrantes de grupos de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, responsáveis por protestos na casa do governador, nos Jardins, zona sul da capital paulista.
Pelas redes sociais, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB) denunciou a prática de locaute - ato de protesto político comandado por patrões usando trabalhadores. "Ou seja: milionários coagindo trabalhadores a parar por fins políticos".