A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), afirmou que conversou com Lula por telefone após a decisão desta quinta-feira (22) do Supremo Tribunal Federal (STF), que confirmou a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro contra o petista, e afirmou que o ex-presidente está "emocionado".
"Lula está emocionado, não estava chorando, nem nada, mas está muito feliz, celebrando muito esse resultado desse julgamento", disse Gleisi à coluna de Bela Megale, do jornal O Globo.
A parlamentar também se manifestou através das redes sociais. "Maioria do STF fez justiça: Moro foi juiz suspeito, Lula é inocente das acusações e tem direitos políticos plenos. Valeram 5 anos de luta! Que nunca mais o judiciário volte a ser manipulado para perseguição política. Nunca mais uma eleição se decida pela cassação ilegal de um candidato", escreveu.
Nesta quinta, o Supremo formou maioria para manter a decisão da Segunda Turma. Sete ministros entenderam que o reconhecimento da incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba não impede que o juiz seja declarado como suspeito por sua atuação parcial. O julgamento foi encerrado após o ministro Marco Aurélio Mello pedir vistas. Com os votos dele e de Luiz Fux, a expectativa é que o placar fique em 7×4.
Desta maneira, as duas decisões, a da incompetência da 13ª Vara Federal e a da suspeição de Moro, fazem Lula retomar plenamente seus direitos políticos. Todos os seus processos da Lava Jato foram anulados e deverão ser reiniciados na Justiça de Brasília. O processo do triplex do Guarujá, especificamente, pela declaração de suspeição de Moro, terá que ser recomeçado do zero e nem mesmo as provas colhidas pelo ex-juiz poderão ser aproveitadas.
Em nota após o novo julgamento do STF, a defesa de Lula divulgou nota celebrando o encaminhamento. “Como dissemos desde a primeira manifestação escrita, em 2016, Sergio Moro usou o cargo de juiz para praticar lawfare e promover uma verdadeira cruzada contra o ex-presidente Lula — para acusa-lo e condená-lo sem prova de culpa com o objetivo de retirá-lo das eleições presidenciais de 2018 e da vida política”, diz trecho da nota assinada pelos advogados Cristiano Zanin e Valeska Martins.
“O ex-presidente Lula lutou pelo cumprimento do devido processo legal durante mais de cinco anos, período em que sofreu 580 dias de prisão ilegal e toda espécie de perseguições e constrangimentos irreparáveis. É uma vitória do Direito sobre o arbítrio. É o restabelecimento do devido processo legal e da credibilidade do Judiciário no Brasil”, completam.
Confira a íntegra da nota aqui.