O ex-ministro do Trabalho e da Previdência Social no primeiro mandato do ex-presidente Lula (PT), Ricardo Berzoini, chamou de "aberração" o argumento de lavajatistas sobre o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) desta quinta-feira (22), que define se será mantida ou não a suspeição do ex-juiz federal Sergio Moro. O comentário foi feito em entrevista ao Fórum Onze e Meia.
O plenário julga im outro agravo apresentado pela defesa do ex-presidente Lula alegando que o HC 164493, da suspeição de Moro, não pode ser derrubado após a decisão sobre a incompetência de Curitiba, tendo em vista que o HC já foi apreciado na Segunda Turma.
Berzoini condenou o entendimento de que uma decisão afeta a outra. "O pleno não deve tratar [suspeição do Moro]. É uma questão que foi tratada na Segunda Turma. Não cabe recurso. Os lavajatistas vão discutir que, em discussão na segunda-feira do Fachin, a de terça já estava prejudicada. O que é uma aberração, porque são assuntos diferentes. Isso só poderia ter sido discutido dessa forma se fosse o HC concedido à época do ocorrido. A nossa expectativa é que, por maioria, consigamos não burlar esse principio de que a turma é terminativa", afirmou o ex-ministro.
Segundo a colunista Carolina Brígido, do portal UOL, os lavajatistas já esperam a derrota no julgamento desta quinta. A expectativa é que o ministro Edson Fachin insista na tese de que a incompetência derruba a suspeição e que ele seja acompanhado por Luiz Fux, presidente do STF, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso. O ministro Nunes Marques também pode seguir este grupo.
Do outro lado, devem ficar Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello, Dias Toffoli e Cármen Lúcia. Alexandre de Moraes deve se juntar a este grupo, garantido maioria para respaldar a suspeição.
Confira a entrevista completa: