As conversas entre assessores de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o miliciano Adriano da Nóbrega, morto em 9 de fevereiro de 2020 num sítio em Esplanada numa operação da Polícia Militar da Bahia, não foram registradas pela Operação Gárgula, que investigava lavagem de dinheiro e a estrutura de fuga do ex-capitão do Bope, que era próximo ao clã presidencial.
Segundo reportagem de Ítalo Nogueira, na Folha de S.Paulo nesta sexta-feira (2), as escutas telefônicas do miliciano foram suspensas por 28 dias, entre 15 de novembro e 12 de dezembro de 2019.
Nesse intervalo, Adriano falou por telefone com contato ponto a ponto - usado exclusivamente para contatos com assessores de Flávio Bolsonaro - com Márcia Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz, e Luis Botto Maia, advogado do filho de Jair Bolsonaro, que estiveram, na ocasião, com a mãe do miliciano e ex-assessora do senador, Raimunda Veras Magalhães, nos dias 3 e 4 de dezembro em uma cidade do interior de Minas Gerais.
Trocas de mensagens no celular da esposa de Queiroz, Márcia, sinalizam que o objetivo era fazer contato com o miliciano, que estava foragido da justiça.
O encontro em Minas Gerais foi uma das razões para a prisão de Queiroz, apontado como operador financeiro da “rachadinha”.