A medida que a pandemia avança, com mais de 321 mil mortos e média diária se aproximando dos 3 mil óbitos, e os dados relativos à economia vão sendo divulgados, o discurso de Jair Bolsonaro (sem partido) de preservar vidas e empregos mostra-se como mais uma de suas falácias.
Em fevereiro de 2021, a produção industrial do país recuou 0,7% frente a janeiro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nos últimos doze meses, que coincide com o início da pandemia, a indústria acumula uma queda de 4,2%.
André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF) do IBGE, atribui a queda à piora da pandemia, ao fim do auxílio emergencial, desemprego e aos preços em alta.
“É um conjunto de fatores que explica não só o comportamento negativo desse mês, mas também nos meses anteriores, com taxas positivas, mas em magnitude menor. Em 2021, há recrudescimento da pandemia, que leva a restrições em algumas regiões do país, com dificuldades das cadeias produtivas. O auxílio emergencial também é um fator importante, já que é o segundo mês sem auxílio. E também um contingente importante fora do mercado de trabalho e o nível de preços está elevado”, afirma.
Segundo o IBGE, o recuo da indústria em fevereiro alcançou três das quatro das grandes categorias econômicas e 14 dos 26 ramos pesquisados.
Entre as atividades, as influências negativas mais importantes vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (-7,2%) e indústrias extrativas (-4,7%).
Outras influências negativas foram: produtos têxteis (-9,0%), produtos de metal (-4,1%), couro, artigos para viagem e calçados (-5,9%), produtos diversos (-8,2%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,7%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-3,5%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-3,4%) e de bebidas (-1,8%).