O padre Júlio Lancelotti respondeu aos ataques feitos pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre uma carta assinada por ele e outras 100 mil pessoas contra o governo Bolsonaro.
“Isso é a retórica do ódio. Não trata do assunto mas desqualifica o interlocutor”, disse padre Júlio em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. “Até parece que só eu assino”, completou.
A carta, que foi tornada pública no sábado (6), afirma que o Brasil se transformou em uma câmara de gás como resultado da "política genocida" do presidente Jair Bolsonaro.
Em viagem à Israel, o ministro Ernesto Araújo chamou a colocação de "totalmente absurda e ofensiva para a comunidade judaica". Já o filho do presidente direcionou suas críticas a padre Júlio.
Segundo ele, o religioso "fez ataque vil", em momento em que uma comitiva do governo Bolsonaro está em Israel "buscando levar para o Brasil medicamentos para combater a Covid”.
Padre Júlio, no entanto, nega que a frase é um ataque à comunidade judaica. Para ele, a afirmação do ministro é apenas uma forma de evitar o debate do problema. "A carta é, inclusive, assinada por judeus como Silvio Tendler”, afirma.
Além de religiosos e intelectuais, centrais sindicais e lideranças comunitárias das favelas como a do Jacarezinho, Alemão, Santa Marta e Rocinha apoiaram o movimento.