MPF pede que assessor de Bolsonaro que fez gesto supremacista seja investigado por racismo

Investigado pelo Senado, Filipe Martins também pode virar alvo de inquérito do MP

Filipe Martins acompanha Ernesto Araújo em audiência no Senado | Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
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 A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federa do Rio Grande do Sul pediu nesta sexta-feira (26) que seja aberta uma investigação contra o Filipe Martins, assessor internacional de Jair Bolsonaro, após o olavista fazer gesto supremacista no Senado Federal.

O procurador da República Enrico Rodrigues de Freitas, apontou que “verifica-se a existência de indícios mínimos capazes de ensejar a investigação criminal de ocorrência de fato criminoso previsto no artigo 20 da Lei n°7.716/89 (Redação dada pela Lei nº 9.469, de 15.05//97, qual seja, praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, bem como por sua repercussão na esfera de improbidade administrativa, posto que praticado no exercício de função pública federal”.

O pedido do MP, de  "apurar suposta prática de crime de racismo e improbidade cometido por servidor público federal, no exercício do cargo", se baseia na decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de mandar instaurar um procedimento de investigação contra o assessor.

Em momento que aparecia nas câmeras da TV Senado atrás do presidente da casa legislativa, na quarta-feira (24), Martins fez com as mãos um gesto que parece remeter ao símbolo “WP”, em referência a lema “white power” (“supremacia branca”). Esse gesto, que se assemelha a um “OK”, é classificado desde 2019 como “uma verdadeira expressão da supremacia branca” pela Liga Antidifamação dos EUA, segundo reportagem da BBC.

“Ele fez um sinal de supremacia branca enquanto arruma o terno. É muito difícil ele dizer que não sabe o que está fazendo. É um sinal de supremacia branca. É um sinal que é usado como senha em diversos grupos, como o Proud Boys”, disse à Fórum a antropóloga Adriana Dias, que é doutora em antropologia social pela Unicamp, pesquisa o fenômeno do nazismo e atua como colunista deste portal.

O presidente Jair Bolsonaro estaria sendo pressionado a demitir Martins após o episódio e pensa em ceder pra poder salvar a pele do chanceler Ernesto Araújo.

Com informações do MPF e de O Globo