Há uma mudança de conjuntura desde 2019, que teve início com a divulgação das mensagens obtidas pelo hacker Walter Delgatti, na época divulgadas pelo The Intercept e outros veículos. É o que afirma Angelo Del Vecchio, diretor geral da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP). “Atingiu o coração da Lava Jato de forma arrasadora”, disse.
Del Vecchio participou, nesta quarta-feira (24), do programa Fórum Onze e Meia, exibido ao vivo às 11h30 diariamente na TV Fórum, o canal da Revista Fórum no Youtube.
Segundo Del Vecchio, outra mudança ocorreu com a votação, em novembro, no Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu as prisões em segunda instância, que levou à soltura do ex-presidente Lula.
“Houve uma sucessão de fatos que culminaram na decisão de Fachin e ontem no julgamento da suspeição.” Para ele, tudo isso pôs fim ao "lavajatismo, uma doença senil do udenismo, uma prática de levantar suspeição dos agentes políticos e criminalizar a política, e quando criminaliza a política no Brasil atinge sua principal referência que é o Lula"
A partir daí há “uma alteração da correlação de forças entre os agentes políticos”. “Quando Lula recupera seus direitos políticos, passa a ser referência e dita o comportamento de todos os atores relevantes”, afirma.
Com o que passou a ser chamado de “efeito Lula”, foi possível ver uma mudança nas atitudes do presidente Jair Bolsonaro, como o uso de máscaras em algumas situações. De acordo com Del Vecchio, é possível observar mudanças de condutas, inclusive, de atores como Ciro Gomes, e forças de centro e centro-direita.
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