O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), foi às redes sociais nesta segunda-feira (15) para comentar a iminente queda de Eduardo Pazuello do Ministério da Saúde. Segundo o petista, adversário de Jair Bolsonaro no segundo turno nas eleições de 2018, o presidente "não abrirá mão de ser um imbecil".
"Pelo que entendi, Bolsonaro não abrirá mão de ser um imbecil, sua aparente razão de viver", escreveu Haddad.
O comentário do petista vem após os planos de Bolsonaro de indicar a médica Ludhmila Hajjar para o lugar de Pazuello no Ministério da Saúde irem por água abaixo. Isso porque o presidente teria ficado irritado após descobrir que Ludhmila criticou a forma como o governo vem atuando no combate à pandemia e que a médica é defensora das medidas de isolamento social, rechaçadas por Bolsonaro.
Ainda no domingo (14), Ludhmila recusou o convite e, nesta segunda-feira (15), relatou em entrevistas que vem sendo alvo de ameaças de morte por parte de bolsonaristas.
A queda de Pazuello ainda é dada como certa e, para o lugar do general, Bolsonaro já estaria trabalhando o nome cardiologista e professor do Instituto do Coração (Incor), José Antonio Franchini Ramires, que seria defendido pela "ala ideológica" do governo.
Ramires foi diretor do Incor e, em 2005, foi afastado do cargo pelo conselho deliberativo do Hospital das Clínicas, acusado de má gestão. Três anos depois, no entanto, foi reintegrado no instituto. Na época, o Ministério Público Estadual chegou a abrir diferentes inquéritos para investigá-lo.
Um dos inquéritos investigou a contratação de uma consultoria acusada de superfaturamento para liberar equipamentos importados. Outro inquérito também apurou que o Incor foi indicado sem licitação para implantar o Programa Saúde da Família em Caraguatatuba (SP) e Ponta Grossa e repassou os valores à VAE (Valorização Empresarial).