A Associação de Funcionários do Banco Mundial pediu investigações contra o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, um dos diretores-executivos da instituição, por disseminar fake news durante a pandemia do coronavírus e fazer campanha política para um cargo no Brasil.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a carta foi enviada ao Comitê de Ética da instituição. Nela, funcionários dizem que o comportamento do ex-ministro é "inaceitável".
"Dado o papel crítico do Banco Mundial na luta contra a Covid-19 no mundo, achamos inaceitável que um membro do conselho administrativo (muito mais do que qualquer outro membro da equipe) publique nas mídias sociais informações patentemente falsas, aparentemente com o objetivo de politizar a pandemia ou contribuir para teorias da conspiração", diz o documento.
Alguns dos exemplos citados no documento, datado de 24 de fevereiro, são ataques de Weintraub contra a CoronaVac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan e o laboratório Sinovac, e sua defesa da cloroquina, medicamento ineficaz contra a Covid-19.
Há ainda a menção a uma possível campanha eleitoral para o governo de São Paulo. O governador do estado, João Doria (PSDB), é um dos principais clientes do banco e se tornou alvo do ex-ministro após embate do tucano com o presidente Jair Bolsonaro.
Essa é a segunda reclamação feita por funcionários do Banco Mundial contra Weintraub. Em junho do ano passado, a associação havia pedido ao Comitê de Ética a suspensão da nomeação até que fosse apurada sua atitude em episódios como discursos preconceituosos em relação à China e comentários contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).