Os bastidores da queda de Wajngarten, o chefe da Secom, órgão que paga a mídia

A lista dos ministros, técnicos, militares e até setores da ala ideológica do governo que tiveram atritos com Wajngarten é extensa

Fabio Wajngarten, secretário de Comunicação, e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)
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Quando tomou a decisão de demitir o secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) já tinha informações sobre seus atritos com, ao menos, três ministros. Quando foi informado pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, dos seus desentendimentos com Wajngarten, Bolsonaro reagiu dizendo que o auxiliar “não sabe respeitar a hierarquia”.

O ex-secretário, de acordo com interlocutores dos dois lados, não aceitava Faria como seu superior. Ao saber da briga, Bolsonaro, irritado, deixou nas mãos de Fábio Faria o poder de decidir o seu destino, lembrando o histórico de conflitos do chefe da Secom.

Wajngarten deve ser substituído pelo secretário de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha, e pode ganhar um novo posto no governo. A mudança deve ser publicada em breve no Diário Oficial da União (DOU).

A lista dos ministros, técnicos, militares e até setores da ala ideológica do governo que tiveram atritos com Wajngarten é extensa. Em um governo de encrenqueiros, o ex-secretário parece ocupar um lugar de destaque.

Além de Faria, o secretário entrou em conflito também com o ex-ministro da Secretaria de Governo (Segov) Carlos Alberto dos Santos Cruz e com o atual chefe da pasta, Luiz Eduardo Ramos, quando a Secom era subordinada ao ministério.

O ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, também esteve no alvo de Wajngarten.

No ano passado, o ex-secretário se colocou como interlocutor do governo com representantes da Pfizer para a compra das vacinas. Como a aquisição não avançou, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, passou a ser alvo de “fritura” do chefe da Secom. Bolsonaro também não gostou. 

A atuação de Wajngarten também foi criticada pelo vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente. Ao chefe da Secom é atribuída a fritura que ajudou a derrubar o ex-ministro-chefe da Segov, Santos Cruz, e o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros.  

Wajngarten conseguiu se manter no cargo até então por ter construído uma relação próxima ao presidente. Ele conheceu Bolsonaro durante a pré-campanha eleitoral de 2018 por intermédio do advogado Frederik Wassef, defensor do senador Flávio Bolsonaro no caso das “rachadinhas”.

Até mesmo após a demissão, Wajngarten ainda pode permanecer no governo. Bolsonaro acenou para ele com um cargo de assessor especial da Presidência. O ex-secretário ainda não confirmou.

Com informações do Globo

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