O ex-governador Márcio França (PSB) foi às redes sociais, nesta sexta-feira (26), para ironizar a decisão da Justiça em tornar Guilherme Boulos (PSOL) réu por "invasão" ao tríplex do Guarujá (SP) que a Lava Jato associou a Lula.
"Mas afinal, já que o Triplex do Guarujá não é do Lula, e nem tem um 'dono assumido' , pq o @GuilhermeBoulos pode ser processado por 'invasão a coisa alheia'?? Ai, ai meu Deus, tem Juízes e Promotores que 'consomem' nossa paciência ....", escreveu o político.
França foi adversário de Boulos na eleição para a prefeitura de São Paulo em 2018. O psolista compartilhou a ironia do ex-governador em seu perfil do Twitter.
Réu
Guilherme Boulos e mais duas pessoas se tornaram réus por invasão ao tríplex do Guarujá, por conta de um ato realizado no apartamento em abril de 2018.
A Justiça Federal acolheu denúncia e, em despacho publicado nesta quinta-feira (25), a juíza Lisa Taubemblatt, da 6ª Vara Federal de Santos (SP), disse que a acusação do MPF “veio acompanhada de peças informativas que demonstram a existência de justa causa para a persecução penal”.
Taubemblatt deu dez dias para Boulos e os outros dois réus —Anderson Dalecio e Andreia Barbosa da Silva, ambos do MTST— oferecerem resposta à acusação por escrito.
De acordo com o MPF, eles teriam cometido o crime de “destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção”, como indica o artigo 346 do Código Penal. A pena prevista é de seis meses a dois anos de prisão, mais multa.
A acusação do MPF foi feita em janeiro do ano passado. Na época, o MFP também tentou enquadrar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas a juíza negou a denúncia contra ele dias depois.
Lula era acusado de ter incentivado Boulos a invadir o imóvel.
Uma quarta pessoa foi absolvida sumariamente porque conseguiu comprovar que não estava no Guarujá no dia da invasão ao tríplex.
Pelas redes sociais, Boulos explicou o que foi o ato realizado em abril de 2018 no fatídico triplex.
"Em abril de 2018, manifestantes do MTST e da Frente Povo Sem Medo ocuparam simbolicamente o Triplex do Guarujá para denunciar a farsa da condenação do ex-presidente Lula. A ocupação revelou pela primeira vez imagens do interior do imóvel, demonstrando que era completamente exagerada a narrativa a respeito das condições do triplex. A ação teve um papel simbólico. Apesar de todas as características de uma manifestação, o MP apresentou denúncia por invasão. Ontem a Justiça Federal aceitou a denúncia contra mim e mais 2 militantes do MTST. É um evidente caso de perseguição política, sem nenhuma base material. Não vão nos intimidar!", escreveu.