O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou nesta segunda-feira (15) as revelações feitas pelo General Eduardo Villas Boas no livro “General Villas Bôas: conversa com o comandante”. Na publicação o ex-comandante do Exército afirma que o tuíte contra libertação de Lula em 2018 foi decisão do alto comando.
"Diante de afirmações publicadas e atribuídas à autoridade militar e na condição de relator no STF do HC 152752, anoto ser intolerável e inaceitável qualquer forma ou modo de pressão injurídica sobre o Poder Judiciário", afirma Fachin em nota.
"A declaração de tal intuito, se confirmado, é gravíssima e atenta contra a ordem constitucional. E ao Supremo Tribunal Federal compete a guarda da Constituição", completou.
O ministro foi o relator do habeas corpus no processo que gerou reação do Exército. Fachin negou o pedido de Lula e a votação terminou em 6 a 5 contra o ex-presidente.
Segundo informações do jornalista Igor Gielow, da Folha de S. Paulo, ao menos três militares que hoje compõem o governo Bolsonaro e o atual chefe da Força discutiram a nota golpista na ocasião, conforme aponta o relato do ex-comandante.