Baleia Rossi agradece àqueles que não declararam voto nele "porque foram coagidos pelo governo"

Já Arthur Lira, candidato de Bolsonaro à presidência da Câmara, evitou citar o comandante do Planalto e mandou recado para Rodrigo Maia: "O presidente não pode ter posições pessoais"

Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
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Apoiado por partidos de oposição, com a exceção do PSOL, e pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), candidato ao comando da Mesa Diretora, sugeriu em seu discurso pouco antes da votação, na noite desta segunda-feira (1), que o governo de Jair Bolsonaro coagiu parlamentares a votarem em Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Casa.

"Agradeço a todos que não puderam declarar voto em nossa candidatura porque foram coagidos pelo governo", disparou Rossi, a exemplo do que fez pouco antes o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), que retirou sua candidatura para apoiar o emedebista e afirmou que "mais de 200 deputados foram comprados por Lira".

Em sua fala, Baleia Rossi enalteceu a aliança de partidos que vão da direita à esquerda em torno de sua candidatura e afirmou que "não podemos abrir mão de nossa democracia", citando que o mesmo "delinquente" que atirou fogos de artifício contra o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta semana, destruiu materiais de sua campanha para a presidência da Casa.

O deputado afirmou que, caso seja eleito o sucessor de Maia, priorizará a votação de um projeto de reforma tributária e a pauta social. "Que país é esse que não se sensibiliza com 200 mil mortes?", questionou.

Lira

O deputado Arthur Lira (PP-AL), por sua vez, mandou recados ao atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), evitando citar Jair Bolsonaro, seu principal apoiador.

"A Câmara tem que ser de todos. Não a Câmara do eu. Olhem para a cadeira da presidência: por acaso há ali um trono? Não! Ao lado do presidente, há outras cadeiras, demais representantes da Mesa Diretora", afirmou.

"Temos que dar voz a todos os deputados. Temos que retirar o superpoder da presidência e devolver esse superpoder ao seu legítimo dono, o plenário da Câmara (...) Ao presidente não cabe falar, cabe ouvir. Menos eu e mais nós. O presidente não pode ter posições pessoais, e se O deputado quer ter posições pessoais, não seja presidente", completou.

Como promessa caso seja eleito, Lira afirmou que fará reunião com líderes de bancadas para definir pautas todas as quintas-feiras.

A votação, que ocorrerá ainda nesta segunda-feira, será secreta e poderá ser definida em 2 turnos.