O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de uma investigação contra o deputado licenciado Vinícius Gurgel (PL-AP), suspeito de participar de um esquema de corrupção milionário de recebimento de propinas no Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) no Amapá.
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Deputado do PL, de Bolsonaro, é indiciado por corrupção com verbas do orçamento secreto
Gurgel é o segundo deputado do PL acusado de corrupção desde a filiação de Jair Bolsonaro à sigla, no final de novembro. Em 14 de dezembro, o presidente do PL no Maranhão, deputado Josimar de Maranhãozinho, foi indiciado por corrupção com verbas do orçamento secreto após ser flagrado em vídeo com maços de dinheiro em seu gabinete.
Segundo reportagem de Luís Vassalo, na edição desta sexta-feira (31) do jornal O Estado de S.Paulo, Gurgel entrou na mira da Polícia Federal após a prisão, em junho de 2019, do ex-chefe do Dnit Fábio Vilarinho e do então superintendente do órgão, Odnaldo de Jesus Oliveira, na operação Pedágio.
Os dois seriam parte do esquema que cobrava até 5% sobre o valor de contratos do Dnit para manutenção de estradas não pavimentadas. Entre 2015 e 2019, foram cinco termos assinados com a B.M.R. Empreendimentos, no valor total de R$ 24 milhões.
Vilarinho é ligado a Gurgel e foi exonerado pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, em fevereiro de 2019.
Após a demissão, ele ganhou um cargo de confiança no gabinete do deputado, onde ficou por quatro meses, até ser preso pela PF.
Segundo a investigação, mesmo demitido do Dnite, Vilarinho deu continuidade ao esquema. O empresário Bruno Manoel Rezende apresentou vídeos em que Vilarinho e Odnaldo citam o deputado como destinatário da propina.
Nas redes, Gurgel se mostra um entusiasta do governo Jair Bolsonaro e chegou a dar boas vindas ao presidente após filiação à sigla.
"Damos boas-vindas ao presidente @jairmessiasbolsonaro ao Partido Liberal (PL). Juntos seguimos trabalhando por um país melhor!", publicou.