O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou nesta sexta-feira (31) uma mensagem de fim de ano em que parece pedir o fim do governo Jair Bolsonaro em 2022, ano eleitoral. O ministro prega que a esperança possa vencer o ódio e que o país passe a ter luzes ao invés de sombras.
"O futuro não está dado, precisa ser construído; essa construção deve se alimentar de fé e de esperança, que se vertem em solidariedade, liberdade e em atos concretos de amor. Há risco de totalizar-se uma catástrofe no ‘continuum’ da história se a centelha da esperança não vencer ódios, fanatismos, irracionalidades, prontos a repetir holocaustos de ontem se não houver consciência crítica, problematizadora, capaz de decifrar esse interrogante presente e transformá-lo em emancipação humana", diz o ministro Fachin.
Fachin destaca que "o amanhã não é uma das ‘commodities’ que teimam em reificar a vida; deve ser uma comunhão que resiste à barbárie, às ideologias cegas, e à tristeza dos caminhos tolhidos". O ministro prega ainda que "a porta que se abre ao porvir [queira] traduzir dignidade para livrar a humanidade da catástrofe, para ofertar ao Brasil luzes e não mais sombras, e reacender a força espiritual da esperança".
O ministro é apontado como um dos principais expoentes do lavajatismo no STF, mas foi quem deu a primeira decisão para anular todos os processos contra o ex-presidente Lula por incompetência da Vara Federal de Curitiba. Fachin chegou a votar contra a suspeição de Moro, mas foi voto vencido.
O ministro assume a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre fevereiro e agosto de 2022.
Leia nota de Fachin na íntegra:
Ao final deste período do ano que se encerra, abre-se breve espaço para agradecimentos, reflexões e desafios. Principiemos por estes. O futuro não está dado, precisa ser construído; essa construção deve se alimentar de fé e de esperança, que se vertem em solidariedade, liberdade e em atos concretos de amor.
Há risco de totalizar-se uma catástrofe no ‘continuum’ da história se a centelha da esperança não vencer ódios, fanatismos, irracionalidades, prontos a repetir holocaustos de ontem se não houver consciência crítica, problematizadora, capaz de decifrar esse interrogante presente e transformá-lo em emancipação humana.
Gratidão a todas e a todos que acendem na alma a faísca autêntica da vida, com seu labor cotidiano importante. Sigamos alimentados pela confiança que impõe ousio para a redenção contra o conformismo e as injustiças que marcam esse tempo de agora.
O amanhã não é uma das ‘commodities’ que teimam em reificar a vida; deve ser uma comunhão que resiste à barbárie, às ideologias cegas, e à tristeza dos caminhos tolhidos. Queira essa porta que se abre ao porvir traduzir dignidade para livrar a humanidade da catástrofe, para ofertar ao Brasil luzes e não mais sombras, e reacender a força espiritual da esperança.
Luiz Edson Fachin