O ex-procurador Deltan Dallagnol, dirigente partidário do Podemos de Sergio Moro e Álvaro Dias, foi ridicularizado por juristas nesta quinta-feira (23) após fazer ataques ao ex-presidente Lula (PT). Nesta sexta-feira (24), o professor Lenio Streck detonou o ex-membro do Ministério Público.
"Temos que denunciar todos os dias essa razão cínica que se formou. (...) Sabem que é mentira, deliberadamente mentem, distorcem... Uma das maiores razões cínicas é que Lula foi condenado, essa confusão em três instâncias. Por isso eu disse 'burro, burro, dá zero para ele'. Não sabe que só existem duas instâncias. Quem é do Direito tem obrigação de saber", afirmou Streck ao Fórum Onze e Meia.
Ontem, Dallagnol disse que Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin (ex-PSDB) fazem parte de “turma que era contra a Lava Jato e defendia a impunidade alegando ‘defender direitos’, mas agora promove a pré-candidatura eleitoral dos mesmos políticos e partidos contra quem há fortes provas de corrupção”.
“Não custa lembrar: Lula foi condenado por corrupção e lavagem em 3 instâncias: JF, TRF, STJ. A condenação foi anulada pelo STF, mas ele não foi absolvido. Alckmin foi acusado por corrupção, caixa dois e lavagem envolvendo mais de R$ 11 milhões pagos pela Odebrecht”, completou.
A fala, porém, ignora o fato de que as supostas provas produzidas pela Força-Tarefa da Lava Jato foram anuladas por incompetência do juízo de Curitiba e por suspeição da atuação do juiz que conduziu o processo, Sergio Moro. Portanto, essas supostas “fortes provas” citadas por ele não são válidas.
"Se teve alguém condenado no país, foi Moro", diz jurista
Para Streck, o pior é a arrogância de Dallagnol, que "faz tudo ao contrário do que diz". "Escamoteia, faz um ar de autoridade. Faz tudo ao contrário do que diz, como se ele tivesse algum estofo, algum currículo, nunca escreveu nada", disparou o jurista.
Segundo ele, se há uma pessoa que foi condenada nesse país, foi o ex-juiz Sergio Moro, declarado parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
"Em outros países [Moro] estaria há muito tempo processado. Aqui ele sai candidato a presidente e o outro [Dallagnol] desfila como um santo do pau oco, destilando, falando mal dos outros. Se ficasse na dele, olhando o retrovisor e tudo que deixou para trás, ok, mas o que irrita é a empáfia, a arrogância, de alguém que fez tudo que fez. Essas pessoas tem que ser denunciadas todos os dias", disse Streck.