A médica negacionista Nise Yamaguchi usou as redes sociais nesta terça-feira (21) para anunciar que pretende concorrer ao Senado nas eleições de 2022. Denunciada pela CPI do Genocídio, ela não deu detalhes sobre qual partido deve se filiar ou por qual estado deve se lançar.
"Não tenho partido. Não sou política. Não sei ainda qual partido eu vou acolher. Mas eu sei que vou ser uma pessoa independente. Estou dizendo que vou ter uma candidatura independente. Qual vai ser o partido? O mais ético que eu encontrar", disse a médica negacionista.
Nise Yamaguchi foi denunciada no relatório final da CPI do Genocídio, que foi encaminhado para a Procuradoria-Geral da República. Os senadores acusaram a oncologista de crime de epidemia com resultado em morte - pena de 2 a 4 anos - por sua participação no chamado "gabinete paralelo", que deu orientações negacionistas para o presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia da Covid-19. Nise foi à Brasília 13 vezes em 2020 e usou R$ 16 mil em dinheiro para passagens.
O relatório final ainda pede que o Ministério Público Federal (MPF) se debruce sobre a atuação de Nise e outros integrantes do "gabinete paralelo" para eventual "condenação à reparação de dano à saúde pública e de dano moral coletivo à sociedade brasileira".
"Tais agentes influenciaram diretamente a sociedade, por meio de assessoramento paralelo ao governo, entrevistas, manifestações públicas, artigos e propaganda, agravando ruídos de comunicação e a falta de coordenação dos comportamentos, que deveriam apontar para uma única direção", afirma o relatório.
Yamaguchi também está envolviva no escândalo do suposto ocultamento de mortes por Covid-19 nos hospitais da Prevent Senior. A oncologista teria sido a responsável por encobrir a real causa da morte do médido negacionista Anthony Wong, que teria sido tratado por ela na Prevent Senior, segundo a Revista piauí. Ela nega envolvimento.