Rui Costa diz que visita de Bolsonaro à Bahia foi “ato político de campanha”

Com o discurso de ajudar a população atingida pelas fortes chuvas, Bolsonaro liberou dinheiro do Fundo de Garantia: “Se não fosse trágico, era piada. Só para esclarecer: o FGTS pertence ao cidadão”, afirmou o governador baiano

Governador da Bahia, Rui Costa - Foto: Divulgação
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O governador da Bahia, Rui Costa (PT), declarou, nesta segunda-feira (13), que a viagem de Jair Bolsonaro (PL) ao estado, no domingo (12), foi um “ato político de campanha” e não com o objetivo de ajudar as vítimas afetadas pelas fortes chuvas. Sete pessoas morreram e cerca de 4 mil ficaram desabrigadas.

Costa afirmou, ainda, que o anúncio da liberação de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para as famílias afetadas foi uma medida “ridícula”. 

“Foi um ato político de campanha, fazendo carreata na cidade de Itamaraju e agredindo jornalistas. Infelizmente, a gente vive no Brasil várias tragédias seguidas da Covid-19, mas a maior tragédia é a gestão do presidente da República, que não tem sentimento de humanidade e de empatia para com as pessoas. Em vez de visitar as casas destruídas, levar conforto e palavra de humanidade, ele junta militantes numa cidade para fazer carreata de ato político, enquanto as pessoas estão desabrigadas em escolas e abrigos”, disse o governador baiano, em entrevista ao UOL

“Se não fosse trágico, era piada; R$ 5 milhões de liberação de FGTS. Só para esclarecer: o FGTS pertence ao cidadão. O que ele anunciou foi o que todos governos fizeram em tragédia, é que está liberando o dinheiro do cidadão. E R$ 5 milhões para todas as cidades. Isso é ridículo em termos de anúncio de um presidente da República com uma tragédia que alcança 70 mil pessoas, com quase quatro mil desabrigados”, afirmou Costa.

Conforme o governador, o único auxílio que o estado recebeu de forma efetiva foram dois helicópteros enviados pela Marinha para ajudar no resgate de moradores da região afetada pelas chuvas, além de atuarem na entrega e distribuição de mantimentos. 

Governador baiano diz que não tem tempo para a politicagem barata de Bolsonaro

Durante visita à região, Bolsonaro tentou associar a tragédia às medidas de distanciamento social adotadas por governadores e prefeitos durante a pandemia do coronavírus.

“Também tivemos uma catástrofe no ano passado, quando muitos governadores – e o pessoal da Bahia – fecharam todo o comércio e obrigaram o povo a ficar em casa. Povo, em grande parte [trabalhadores] informais, condenados a morrer de fome”, afirmou Bolsonaro.

Costa, em resposta, declarou que não tinha tempo a perder com politicagem barata.