A ida do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Partido Liberal (PL) está causando mais intrigas e divisões do que ganhos políticos.
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM) declarou que a filiação de Bolsonaro no PL é “incômoda” e que o futuro do Brasil é “mais importante” do que projeto político.
"Eu não tenho como negar que é uma condição absolutamente incômoda para mim. Vou ter que esperar a confirmação disso para avaliar o que fazer. Eu também não tenho dúvida de que o presidente da República é mais importante para o partido do que um deputado federal do Amazonas, mas, por outro lado, não tenho dúvida de que o futuro do país é mais importante do que o projeto de qualquer partido", disse Ramos.
O deputado também afirmou que "não estará no mesmo palanque" que Bolsonaro, colocando em dúvida a sua permanência no PL.
"O que está em jogo não é a minha reeleição, isso é muito menor do que termos um país capaz de superar a tragédia de 600 mil mortos, de 15 milhões de desempregados, de 20 milhões com fome, de 120 milhões com insegurança alimentar, de inflação a 10,5% projetada, de juros a longo prazo em 12%… não posso achar que um presidente desse é bom para o país. Não posso trocar a facilidade da minha eleição pelo desastre do país que escolhi como meu", declarou Ramos.
Bolsonaro diz que está 99% fechado com o PL de Valdemar Costa Neto
O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta segunda-feira (8) que está bem perto de assinar filiação ao Partido Liberal (PL) para disputar as eleições de 2022. Além do PL, o PP do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deve estar na chapa do mandatário.
“Está 99% fechado. A chance de dar errado é quase zero. Está tudo certo”, disse Bolsonaro sobre a possível filiação ao PL durante entrevista à CNN Brasil.
O presidente revelou que na quarta-feira irá se reunir com o presidente do PL, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, para acertar os últimos detalhes. A filiação deve ocorrer no dia 22 de novembro.
O acerto de Bolsonaro com o PL passa também pelo PP, de Lira. A legenda, que teve Bolsonaro como deputado por um longo período, deve ocupar a vice-presidência nas eleições de 2022. Os partidos chegaram a cogitar uma federação partidária para lançar o mandatário.
Com informações do Estado de Minas