Líder do PDT na Câmara, Wolney Queiroz (PE) afirmou, em uma mensagem enviada à sua bancada, que não recebeu nenhum contato de Ciro Gomes (CE) para falar sobre a PEC dos Precatórios e que o partido formou maioria para votar a favor da proposta.
O PDT recebeu muitas críticas nesta quinta-feira (4) por ter sido o único partido da oposição a se manifestar a favor do projeto apoiado pelo governo de Jair Bolsonaro (Sem Partido). A repercussão fez, inclusive, Ciro colocar sua pré-candidatura à Presidência “em suspenso”.
"Importante ressaltar uma coisa: a votação dessa PEC 23 (Precatórios) era assunto predominante nos noticiários em todas as TVs, portais, blogs e jornais do Brasil. A imprensa especializada já anunciava que PDT e PSB poderiam votar a favor da PEC. Apesar disso, não recebi do presidente Ciro um telefonema, um e-mail, uma mensagem, um recado. Nada. Rigorosamente nenhuma orientação", escreveu Wolney Queiroz no texto para sua bancada.
Ele afirmou, ainda, que o deputado André Figueiredo (PDT-CE), aliado de Ciro e que votou contra a PEC, esteve à frente das tratativas, que contaram com amplo debate e ponderações, e que ele chegou a almoçar com o presidente do partido, Carlos Lupi, "cientificando-se da tendência que se avizinhava".
Segundo Queiroz, foi feita uma reunião da bancada com dirigentes nacionais da Frente Norte Nordeste em Defesa da Educação - "que pertencem ao PCdoB" - onde receberam sinal positivo para negociar o pagamento de precatórios para a categoria, com garantia de percentuais de 40%, 30% e 30% entre 2022 e 2024.
Conforme adiantado nesta quinta, o grupo foi levado ao partido por Idilvan Alencar (PDT-CE), especializado em educação, que defendeu o voto a favor da PEC, mas no momento da votação, se posicionou contra.
O líder do partido também disse que foi negociado com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a garantia de votação de um projeto de lei e uma emenda constitucional para assegurar o pagamento da dívida com os professores. O assunto foi, inclusive, levado ao senador Cid Gomes (PDT-CE), irmão de Ciro, pelos pedetistas cearenses, e também ao governador do estado, Camilo Santana (PT).
"Não o tenho detalhes dos termos da conversa mas voltaram com a concordância do senador Cid (PDT) e do governador Camilo (PT), que lá estavam". De acordo com ele, houve um recuo de parte do PSB após o presidente do partido, Carlos Siqueira, pedir que a bancada votasse contra a PEC.
"Iniciamos a votação isolados na oposição. Porém, nada mais poderia ser feito. Não temos por hábito decidir nossos votos pela orientação do PT e seus coligados. Nem tenho costume de descumprir o que foi combinado. O cumprimento dos acordos é regra de ouro do Parlamento", escreveu Queiroz.
"Reitero que o posto de líder está à disposição dos deputados e deputadas, bem como à disposição da direção nacional do partido", finalizou na mensagem.