Um ex-vereador de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, que não teve o nome citado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) foi condenado a 28 anos, 8 meses e um dia de reclusão e ao pagamento de 340 dias-multa pelos crimes de organização criminosa e concussão.
O MP troca em miúdos e afirma que o ex-parlamentar, que exerceu o cargo entre 2013 e 2016 foi denunciado pela prática de “rachadinha”.
Além dele, também foram condenados sua esposa (com pena de 8 anos, 6 meses e 20 dias de reclusão e 160 dias-multa) e dois ex-assessores (um deles com a mesma pena da mulher e o outro a 20 anos, 2 meses e um dia de reclusão e 240 dias-multa).
Os réus foram condenados ainda, solidariamente, ao pagamento de indenização mínima no valor de R$ 331.022,23, acrescido de juros e correção monetária, em favor da Prefeitura de Araucária.
As Promotorias de Justiça de Araucária apresentaram dez denúncias contra os vereadores e assessores parlamentares condenados, como resultado das investigações da primeira fase da Operação Sinecuras, batizada de “Mensalinho”.
Os réus foram denunciados pelos crimes de organização/associação criminosa, concussão e lavagem de dinheiro. O MP informa que essa foi a segunda sentença proferida para um caso de “rachadinha” a partir das denúncias oferecidas pelo órgão.
Foram ouvidas em 2018 dezenas de pessoas indicadas a ocuparem cargos comissionados no Executivo, sendo que 22 delas confirmaram que, além de serem indicadas pelos vereadores, eram obrigadas a repassar uma porcentagem mensal de seus ganhos, bem como demais benefícios (férias, rescisão, auxílio-alimentação e restituição do Imposto de Renda), chegando algumas delas a entregar mais de 70% do salário, sob pena de demissão caso não o fizessem.
Flávio Bolsonaro
O caso remete às denúncias que envolvem o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). As investigações no esquema de “rachadinha” no gabinete da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) do então deputado estadual, que envolve seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, poderão chegar ao seu irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), de acordo quem acompanha os casos.
Os irmãos sempre mantiveram o hábito de trocar assessores entre seus gabinetes. A situação envolve vários ex-funcionários investigados em seu gabinete na Câmara dos vereadores, no processo que apura as “rachadinhas” na Assembleia.
É o caso dos parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, segunda mulher do presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem Partido). Ela própria também está sob investigação, já que trabalhou para o então enteado, no gabinete da Câmara Municipal da capital fluminense.