A mulher que foi detida pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) após ter xingado o presidente Jair Bolsonaro (PL) não o chamou de “noivinha do Aristide”, como chegou a repercutir nas redes sociais. A piada homofóbica ganhou amplo destaque no Twitter e levantou debates sobre o uso desse tipo de ironia contra Bolsonaro.
Em nota divulgada pelos advogados Marcello Martins dos Santos e Luiz Augusto Guimarães à coluna Painel, da Folha nesta terça-feira (30), a mulher que foi alvo de pedido de detenção por parte do presidente afirma que não usou em nenhum momento a expressão "noivinha do Aristides".
Revoltada com o trânsito provocado por Bolsonaro na Via Dutra, a mulher, que é profissional de saúde, gritou "filho da puta" para Bolsonaro. Na nota ela aponta que "não conhece e nem mencionou qualquer coisa sobre o termo 'noivinha do Aristides'".
"Sua expressão de indignação ocorreu de forma espontânea, como ocorre diariamente no país que se encontra severamente polarizado. No momento ela está muito apreensiva e temerosa devido a repercussão do caso, sobretudo porque lhe foram atribuídas palavras que ela nunca mencionou", afirma a nota divulgada pelos advogados.
De acordo com boletim de ocorrência, a equipe da PRF que escoltava Bolsonaro abordou o veículo da mulher “mediante determinação do próprio sr. Presidente” e enquadrou a autora da injúria nas “devidas cominações legais e qualificou os demais ocupantes.”
O presidente estava na via Dutra por volta das 9h quando a moça, que viajava como passageiro de um carro que passava pela pista, “gritou palavras de calão direcionadas a ele mais especificamente berrou ‘Bolsonaro filho da p…, em atitude de tamanho desrespeito”.
Homofobia?
Não há nenhum vídeo ou qualquer registro de que a expressão “noivinha do Aristide” foi gritada por alguém na Via Dutra, mas isso viralizou nas redes, mostrando um certo comportamento homofóbico do campo progressista.
O boato sustentava que Aristides seria um professor de artes marciais de Bolsonaro e induzia que os dois mantinham relações, o que não seria nenhum crime caso fosse real. O presidente Jair Bolsonaro foi acusado pela CPI do Genocídio de ter cometido 9 crimes durante a condução da pandemia da Covid 19, incluindo três modalidades de crimes contra a humanidade, condutas realmente graves.