Vídeo comprova "casuísmo" no projeto de Bia Kicis para revogar PEC da Bengala

Em gravação feita em 2019, Bia Kicis afirmou que precisava aprovar projeto para permitir que Bolsonaro mudasse composição do STF

Foto: Carolina Antunes/PR
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Um vídeo da deputada Bia Kicis (PSL-DF) de 2019 comprova que a PEC 159 tem como principal objetivo garantir que o presidente Jair Bolsonaro modifique a composição do Supremo Tribunal Federal (STF), em um caso de casuísmo puro. A proposta teve admissibilidade aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara nesta terça-feira (23).

Em vídeo resgatado pelo perfil Desmentindo Bolsonaro de agosto de 2019, Kicis defende a PEC da Bengala, de 2015, mas afirma que é importante derrubá-la para permitir que o presidente modifique a composição do STF. A PEC 59 revoga justamente a PEC da Bengala.

"A PEC da Bengala aumentou se 70 para 75 anos a idade da aposentadoria compulsória dos ministros. Foi na época da Dilma para impedir que ela nomeasse mais duas pessoas. Foi uma medida importantíssima", declarou Kicis.

"Só que o Supremo já é praticamente todo do PT e agora a gente precisa mexer no Supremo. Os ministros que estão lá não tem muito apreço pela Constituição não. A gente precisa mexer no Supremo. Se a gente reduzir a idade, já saem a Rosa Weber, o Lewandowski...", completou a deputada.

"Nós precisamos conter o ativismo no STF. O Supremo não respeita mais lei, Constituição, não respeita mais nada", disse em outro trecho do vídeo.

A PEC 159 foi oficialmente apresentada à Câmara em outubro de 2019, dois meses após Kicis expor seu plano no vídeo. Na gravação ela destaca que o fim da PEC da Bengala era uma de suas pautas de campanha e que estava aguardando as assinaturas necessárias para apresentar a proposta.

https://twitter.com/desmentindobozo/status/1463291347927027715

PEC 159 aprovada na CCJ da Câmara

A PEC 159, que tem como objetivo reverter a chamada “PEC da Bengala” de 2015, e retroceder a idade de aposentadoria compulsória dos ministros do STF para 70 anos, conseguiu o apoio de 35 deputados na CCJ. Apenas 24 membros do colegiado foram contra. Somente PT, MDB, PSB, PSOL, PCdoB e PV foram contrários.

O texto segue agora para Comissão Especial e depois deve ir à plenário, se passar pela comissão. Caso aprovada na Câmara, a proposta que aposenta ministros do STF cinco anos antes do previsto beneficiaria diretamente Bolsonaro, que poderia indicar mais dois nomes ao tribunal superior. Ricardo Lewandowski (73 anos) e Rosa Weber (73 anos) teriam que se aposentar durante o governo Bolsonaro.