O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) apresentou uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, neste sábado (20). A ação foi movida diante das revelações feitas pelo deputado ex-bolsonarista Delegado Waldir (PSL-GO) de que o governo de Jair Bolsonaro teria comprado votos para a eleição de Lira através do chamado orçamento secreto.
Waldir, que já foi fiel escudeiro de Jair Bolsonaro, listou cifras e disse em entrevista a Guilherme Mazieiro, do The Intercept Brasil, que o governo pagou R$ 10 milhões em emendas por deputado para a eleição do presidente da Câmara, Arthura Lira (PP-AL), e R$ 20 milhões por voto para aprovar a Reforma da Previdência.
Para Ivan Valente, a denúncia de Waldir é "gravíssima" e deve ser apurada pela PGR. “Usar o orçamento público, de forma não transparente, para comprar o parlamento coloca em xeque a independência entre poderes, subverte a democracia, corrompe e fideliza parlamentares e quebra a isonomia”, afirmou.
“É um verdadeiro absurdo que o Governo, em conluio com o centrão, articule o sequestro do orçamento da União em prol de seus interesses que se resumem em evitar Impeachment e atacar os direitos dos "de baixo" em prol do lucro dos 'de cima'", completou.
Na ação, Valente pede a investigação de Lira e Ramos por crime de responsabilidade e improbidade administrativa.
"As condutas narradas apontam para graves violações à Constituição, à Lei de Crimes de Responsabilidade, à Lei de Improbidade Administrativa e todo o arcabouço de normas de planejamento e de execução orçamentária, tornando imprescindível a instauração de procedimento para a apuração da responsabilidade das autoridades mencionadas nesta representação e das demais citadas na matéria parcialmente transcrita, razão pela qual recorremos a esta Procuradoria", afirma.