O astrólogo Olavo de Carvalho, guru do presidente Jair Bolsonaro, voltou aos Estados Unidos na terça-feira (16) após passar três meses em tratamento no Brasil. Segundo o próprio Olavo, ele saiu do país em um "voo repentino".
"Estou na mesma casa de sempre, onde eu transmiti todas as minhas aulas", disse o astrólogo em vídeo divulgado na terça. "Como eu vim parar aqui? Quando eu estava no hospital me ofereceram um voo repentino, que partiria em 15 minutos, e eu aceitei", disse Olavo.
O guru bolsonarista ainda deixa claro que saiu correndo do país para fugir de investigação aberta pela pela Promotoria de Justiça de Direitos Humanos do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) sobre as condições se sua internação no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InCor), em São Paulo.
"Quando eu estava no Incor, apareceu uma convocação das autoridades para que explicassem como eu fui explicar lá. Entrei pela emergência, não havia segredo ou favorecimento. Como eu estava internado, fui dispensado de depor. As autoridades ficaram esperando para talvez me convocar. Não ia ficar esperando me convocarem", declarou.
Heloisa de Carvalho, filha rompida com o astrólogo, criticou a "fuga". "Quem está surpreso com o Olavo sair correndo do Brasil tipo fuga, para não depor no ministério público? Eu não. A vida toda dele ele fugiu de todas as responsabilidades, a vida toda passou dando chapéu e rasteira nos parentes, alunos e amigos", disse no Twitter.
Internação de Olavo
Olavo de Carvalho chegou ao Brasil no dia 8 de julho e foi internado no InCor após “mal-estar súbito” durante voo vindo dos Estados Unidos. Na ocasião, ele passou por cirurgia com duração de três horas para correção de obstrução na uretra por consequência de infecção recorrente no local de cirurgia anterior na bexiga.
Ele teve alta médica em 18 de julho, mas voltou a ser internado no dia 30, em clínica privada.
As circunstâncias do atendimento de Olavo pelo InCor logo após a aterrisagem no Brasil motivaram a abertura de um inquérito civil pela Promotoria de Justiça de Direitos Humanos do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). O órgão investiga se houve alguma irregularidade no processo de internação do influenciador bolsonarista, que teria uma ambulância UTI Móvel já lhe esperando no aeroporto.